"A vida acontece sempre no presente"

seja bem vindo!
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11 julho 2015

AGRADECIMENTOS MUITO ESPECIAIS

19 fevereiro 2014

TODO FILHO É PAI DA MORTE DE SEU PAI







" Há uma quebra na história familiar onde as idades se acumulam e se sobrepõem e a ordem natural não tem sentido: é quando o filho se torna pai de seu pai.

É quando o pai envelhece e começa a trotear como se estivesse dentro de uma névoa. Lento, devagar, impreciso.

É quando aquele pai que segurava com força nossa mão já não tem como se levantar sozinho. É quando aquele pai, outrora firme e instransponível, enfraquece de vez e demora o dobro da respiração para sair de seu lugar.

É quando aquele pai, que antigamente mandava e ordenava, hoje só suspira, só geme, só procura onde é a porta e onde é a janela - tudo é corredor, tudo é longe.

É quando aquele pai, antes disposto e trabalhador, fracassa ao tirar sua própria roupa e não lembrará de seus remédios.

E nós, como filhos, não faremos outra coisa senão trocar de papel e aceitar que somos responsáveis por aquela vida. Aquela vida que nos gerou depende de nossa vida para morrer em paz.

Todo filho é pai da morte de seu pai.

Ou, quem sabe, a velhice do pai e da mãe seja curiosamente nossa última gravidez. Nosso último ensinamento. Fase para devolver os cuidados que nos foram confiados ao longo de décadas, de retribuir o amor com a amizade da escolta.

E assim como mudamos a casa para atender nossos bebês, tapando tomadas e colocando cercadinhos, vamos alterar a rotina dos móveis para criar os nossos pais.

Uma das primeiras transformações acontece no banheiro.

Seremos pais de nossos pais na hora de pôr uma barra no box do chuveiro.

A barra é emblemática. A barra é simbólica. A barra é inaugurar um cotovelo das águas.

Porque o chuveiro, simples e refrescante, agora é um temporal para os pés idosos de nossos protetores. Não podemos abandoná-los em nenhum momento, inventaremos nossos braços nas paredes.

A casa de quem cuida dos pais tem braços dos filhos pelas paredes. Nossos braços estarão espalhados, sob a forma de corrimões.

Pois envelhecer é andar de mãos dadas com os objetos, envelhecer é subir escada mesmo sem degraus.

Seremos estranhos em nossa residência. Observaremos cada detalhe com pavor e desconhecimento, com dúvida e preocupação. Seremos arquitetos, decoradores, engenheiros frustrados. Como não previmos que os pais adoecem e precisariam da gente?

Nos arrependeremos dos sofás, das estátuas e do acesso caracol, nos arrependeremos de cada obstáculo e tapete.

E feliz do filho que é pai de seu pai antes da morte, e triste do filho que aparece somente no enterro e não se despede um pouco por dia.

Meu amigo José Klein acompanhou o pai até seus derradeiros minutos.

No hospital, a enfermeira fazia a manobra da cama para a maca, buscando repor os lençóis, quando Zé gritou de sua cadeira:e

— Deixa que eu ajudo.

Reuniu suas forças e pegou pela primeira vez seu pai no colo.

Colocou o rosto de seu pai contra seu peito.

Ajeitou em seus ombros o pai consumido pelo câncer: pequeno, enrugado, frágil, tremendo.

Ficou segurando um bom tempo, um tempo equivalente à sua infância, um tempo equivalente à sua adolescência, um bom tempo, um tempo interminável.

Embalou o pai de um lado para o outro.

Aninhou o pai.

Acalmou o pai.

E apenas dizia, sussurrado:

— Estou aqui, estou aqui, pai!

O que um pai quer apenas ouvir no fim de sua vida é que seu filho está ali. "



(autor desconhecido - compartilhado por Elodia Roman)

13 fevereiro 2014

VEJA A PRODUÇÃO DA OFICINA DE MEMÓRIA (QUE LEGAL!)



Texto sem a letra A e sem a letra O

No fim do ano realizamos um exercício na oficina de memória: produção de textos sem a letra A e sem a letra O.

Foi um exercício desafiador, criativo, divertido e muito proveitoso para aspectos da memória como atenção, memória semântica, cultural e... da escrita! 

Compartilho com vocês as belezuras das meninas:

Um domingo excelente

Meu domingo foi incrível! Fiz tudo o que é preciso no sentido de ser feliz.
Pus-me de pé cedo e tomei meu desjejum. Vestimos uniforme de correr e demos rodeios pelo clube do Cruzeiro, onde somos sócios, meu cônjuge e eu.
Fomos comer num boteco onde tem deliciosos petiscos.
Logo depois, fomos ver um filme ótimo.
Demos um pequeno cochilo que nos recuperou dos serviços corriqueiros.
Depois vimos o que todos veem: TV com Sílvio.
Fechei o domingo em precioso estilo. Quer melhor?

Odília Braga

                                          

Animais livres

Numa manhã de ventania, as vaquinhas da Fazenda Agulhas mugiam, mugiam sem parar!
Seria, quem sabe, um vendaval, mas talvez uma plêiade de fadas que chegaram ali para amparar aqueles animais?
Eles nem teriam que estar lá, uma vez que deveriam estar livres em seu habitat natural.
                  
Conceição Santos
                                                                                              


Uma tarde alegre

Eu fui à feira e peguei: muitas laranjas, maçãs verdes, abacaxis e uvas. 
Paguei  e fui passear.
À distância, avistei meu au au em frente de casa e fiquei feliz. 
Entrei em casa e guardei as frutas na geladeira. Fui à janela para encarar a natureza linda vespertina.
Belas planícies, várias aves, animais em festa. Satisfeita , fechei a janela e entrei para um chá.
Minhas amigas apareceram imediatamente; levei lanches e sanduiches para cada uma. Assistir TV é o que se viu na casa. Mais tarde uma grande despedida entre as amigas.
                                                              
 Zaida

Meu querido sobrinho Luiz

Por que deixou de vir no nosso buteco ontem de noite? Você perdeu! Esteve ótimo.
Oferecemos docinhos, biscoitos,  sorvetes, sucos e sorteios de presentes e brindes. Seu vizinho rico, o Leôncio, veio com seu filho menor, que trouxe seu bichinho bonitinho, Lulu. Ficou feio, porque fez xixi nos enfeites que fizemos. Que horror! Fiquei triste e pedi: “nos perdoem por esse incidente”!               

                                                               
Beijos, Lelê.

Leda


Elas não são demais! Essas meninas de 60, 70, 80...

até mais
TO Gal

28 janeiro 2014

MUDANÇA DE HÁBITOS: 8 DICAS PARA UMA MEMÓRIA SAUDÁVEL E UMA VIDA FELIZ



Hábitos, padrões de comportamento, rotina, mesmice...ah! Que bom que é ano novo! Vida nova! É como se num passe de mágica tudo ficasse diferente, não é assim?
Não! Não é assim... basta todos os indícios de festa de fim de ano sumirem do mapa, todas as comidas consumidas e todas as permissões obrigatoriamente finalizadas pela missão diária que nos chama para cairmos na realidade das situações, problemas, contas, agenda, relacionamentos, etc.
E o negativo dessa história é que uma rotina maçante, vazia ou sobrecarregada tira o prazer de viver de qualquer um. É aí que a memória corre risco de ficar preguiçosa, enfastiada, lenta, fraca. Claro! Os neurônios enjoam de receberem sempre os mesmos estímulos de novo e de novo até que eles causam uma revolução e fazem greve!
Salvo umas visitas a mais que recebemos ou horas a mais com os netos durante as férias, como podemos fazer para dizer que a rotina está um pouco diferente?
Pelo que tenho observado há muito tempo (e vivenciado também...), continuamos fazendo as mesmas coisas da mesma maneira, mesmo quando o ano fica novo de novo. Vocês podem estar se perguntando: “ela também vive isso?” Vivo sim, mas atenta para não cair nas armadilhas do tédio! E nos últimos anos tenho aprendido alguns truques para lidar com a rotina de forma criativa e motivadora.
Viramos a página dos dias mas não viramos a página do “modo como agimos e pensamos”. Relembrando Einstein: “como ser diferente sem pensar diferente?
Então, compartilho 8 dicas para uma memória saudável e uma vida mais feliz:
PENSE DIFERENTE – pensamento é semente para a ação. De acordo com as sementes são os frutos! Adiantar querer fazer algo diferente pensando do mesmo jeito de antes? Reavalie seu modo de pensar!
FIXE UMA META – metas oferecem propósito para as ações. De acordo com a meta serão suas atividades. Para isso tenha uma meta clara, possível de se alcançar e que tem haver com você. Em seguida faça um contrato pessoal e mantenha a determinação. Visualize o caminho que possivelmente deverá seguir até alcançar seus objetivos. O nome disso é PLANEJAMENTO.
FAÇA UM PLANEJAMENTO – quando a meta é pautada com seriedade, um planejamento deve ser feito afim de visualizarmos os recursos necessários, os desafios, as possibilidades e até mesmo os imprevistos. Estas ferramentas que fazem parte do planejamento são seus aliados para alcançar sua meta. Não viva de forma aleatória. Planeje!
ENCONTRE UM SENTIDO – somos seres conscientes e portanto é de extrema importância deixar a consciência participar de tudo o que se faz. Viver sem saber por que e pra quê não nos motiva. Faça um empenho e exercite sua consciência compreendendo a razão de suas ações e encontrado, sempre que possível, utilidade nelas.
PASSADO É PASSADO – há frase simples e mais verdadeira do que essa? Agarrar-se em algo que já passou só porque não conhece outra coisa é o maior atraso de vida! Solte sua história para ter liberdade de escrever um final feliz pra você.
GOSTE DE NOVIDADES – ou seja, desenvolva um pouco mais sua curiosidade revelando o prazer por descobrir coisas diferentes. Experimente o fresco que as novidades podem lhe trazer e se aventure fazendo sua energia circular enquanto descobre suas habilidades, lidando com coisas que jamais pensou experimentar.
MANTENHA O OTIMISMO – isso gera soluções nos momentos de crise e pode até mesmo salvar vidas!
TENHA UM CARDÁPIO FLEXÍVEL E VARIADO DE ATIVIDADES – crie uma espécie de agenda semanal e mantenha a rotina desta agenda, sempre com espaço para substituir atividades que sobrecarregam ou incluir novas coisas. Ou seja, tenha uma agenda rica em atividades mas flexível às suas condições!
Em nossa próxima leitura poderemos refletir sobre COMO CRIAR UMA AGENDA SAUDÁVEL NA TERCEIRA IDADE, o que acham?

até a próxima!

Gal Rosa
terapeuta ocupacional em gerontogeriatria há 12 anos


13 dezembro 2013

NOSSA CASA EM 2013!!!!




MOMENTO PINTURA!!!




VISITA DO FILHO!!!

HORA DA GINÁSTICA COM O DR RONAM!!!

FAMILIAR VOLUNTÁRIO!!!!



HORA DA FISIOTERAPIA!!!




EXERCITANDO OS PULMÕES!!!

EXERCITANDO OS MÚSCULOS DA PERNA!!!

este é um pouquinho do nosso dia a dia pra você!

01 novembro 2013

CABEÇA NAS NUVENS - quando a falta de atenção me leva pra outro lugar fora do presente



Muitas vezes falta de atenção vem quando meu interesse está em outras coisas, distantes do momento presente. É o que acontece quando alguém me conta sobre sua viagem à Jerusalém enquanto penso nas contas pra pagar... como “curtir” com o amigo suas novidades? Daí ele te pergunta: “você não acha?” e você diz que acha sei saber do que se trata, torcendo pra ter sorte de não ter concordado com a coisa errada!
Outro fato muito comum é quando estamos ansiosos ou com pressa para se fazer algo. E todos nós temos experiências de que a pressa é inimiga da perfeição. Porquê?  Porque a pressa também nos rouba a atenção. É como um aprendiz de malabares quisesse se apresentar para um grande público sem ensaiar... ele não se preparou e logo já quer fazer que tudo dê certo com todas as bolas... Não sei se este é o melhor exemplo mas o exemplo das bolas é legal não é? Quando estamos com pressa fazemos malabarismo para colocar documentos na bolsa, tomar o remédio, conferir o gás, fechar a porta dos fundos, colocar água pro gato, fechar a porta da frente (será que com chave?), correr pro ponto de ônibus e quando se assenta pra pegar a carteira de passe livre... ela não está na bolsa... coisinhas pequeninas que todas juntas ao mesmo tempo se transformam em grandes chateações!!
A atenção é o primeiro passo para se fixar uma informação e então transformá-la em memória. Se na hora que uma pessoa estiver me contando algo e eu estiver com a mente em outra questão, experimente repetir o que a pessoa lhe disse. Pode ser que você consiga, não duvido. Mas muitas vezes ouço queixas do tipo: “ela me disse o nome do produto, mas não lembro qual”, “eu ouvi que ele marcou o dia, mas não sei se é pra voltar ou pra ligar...”, “eu passei em frente desta loja mas não sei se é na rua de baixo ou de cima. Acho que preciso de um neurologista...”
A atenção nos ajudacapturar detalhes da informação, importantesparaa memorização. Se enquanto ouço um caso conseguir criar imagens ricas em detalhes, tenho mais chance de fixá-lo. Ao criar tais imagens estou fazendo conexões entre o que ouço e o que entendo, entende?Caso não consiga criar... faça um algum esforço, pois a mente de qualquer ser humano é altamente criativa em qualquer idade, independente de seu nível intelectual.
Outra dica interessante é desenvolver uma estratégia interna de se satisfazer com o momento presente, viver o “agora”. Para isso veja todo o passado como uma grande lição através dos erros e uma conquista de experiências que “fez chegar até aqui. Quanto ao futuro compreenda que certamente ele virá com felicidades se você viver o presente de forma concentrada, íntegra e da melhor forma que conseguir viver.
O que quero dizer com esta filosofia toda? Que você desenvolverá mais interesse por cada minuto de sua vida e manterá a atenção a cada passo dado em seu dia a dia. Ou seja, você se envolverá com mais qualidade em seus afazeres e demandas e saberá selecionar: “o que é interessante porque eu gosto agora, o que é interessante porque eu preciso agora e o que não é interessante e muito menos preciso agora”.
Quanta economia de energia mental para ajudar a fixar mais as informações! Tenho certeza que a cada dia você se sentirá “mais vivo” por estar mais presente no agora,sentirá mais seguro de si pois se tornará mais concentrado no que de fato acontece, tanto com as pequenas até com as grandes coisas.
Que você a cada dia mais escreva linhas felizes para sua história!

Gal Rosa
terapeuta ocupacional há mais de 10 conduzindo oficinas para estimulação da memória

01 outubro 2013

PINTANDO MEMÓRIAS


O que são memórias senão registros? A memória não é algo que se pega com as mãos, mas é algo que é vivenciado, percebido. E a memória é o que é, servindo no máximo pra uma só coisa: guardar. Ou seja, a memória não pensa, nem cria pensamentos!
Sendo assim, algo tem que ter esta função... O que deveria ser senão o intelecto? O intelecto é uma espécie de ferramenta que usa memórias para criar raciocínios, pensamentos, ideias. É o intelecto que trabalha de verdade enquanto as memórias... apenas curtem ser o que são e pronto! Ele possui as tarefas de escolher, decidir, direcionar o fluxo e as combinações de memórias. Você ainda não perguntou onde tudo isso acontece? Pois acontece na mente! A mente é o ambiente importante para o intelecto mexer com as memórias pra lá e pra cá. Puxa vida! Memória tem vida mansa e nem sabe quando são esquecidas ou lembradas, sabe por que? Porque elas precisam de algo muitíssimo importante para “darem conta de si”: a consciência! Na verdade podemos entender que “consciência é a percepção que o ser tem de sua própria existência”- tipo a famosa frase “penso, logo existo”. Está tudo resumido aí: pra pensar é necessário ter registros (que são as memórias), saber sobre o que pensar (que é tarefa do intelecto) e um lugar pra tudo isso acontecer (na mente).
De forma fácil, visualize que o intelecto é um pincel, as memórias são tintas de várias cores e a mente... a tela! Podemos pintar quadros maravilhosos ou horrorosos com a infinidade de registros de cores e tons variados que temos. E a escolha das cores e formas é i n d i v i d u a l! Ou seja, eu escolho o que pintar, ok? E não venha me dizer o contrário porque neste ponto de vista quem guarda os meus registros sou eu, certo?
Brincadeiras à parte, a consciência é o funcionamento de tudo isso ao mesmo tempo e como é ela que percebe a existência, é ela que tem poder sobre o intelecto. Sendo a consciência o próprio EU, quanto mais o EU conhece a si mesmo, maior poder de ação o EU consegue-se ter sobre as suas partes, pois o EU saberá como suas partes funcionam, pra que servem, como se interagem. Assim há a possibilidade de se direcionar os pensamentos de acordo com objetivos a serem alcançados. Haverá maior chance de precisão e assertividade nas ações. E o gerenciamento dos sentimentos, o que também podemos chamar de autocontrole, acontecerá cada vez mais fazendo com que surja a sensação de equilíbrio e segurança pessoal, mesmo em momentos onde surgem sentimentos ruins. Quando passamos por momentos ruins de forma elegante e sábia, o que experimentamos senão felicidade por reconhecermos nossas capacidades?
            Desejo que você faça de seus dias obras de arte! E através das tintas da memória com pincel do intelecto crie os melhores pensamentos possíveis em qualquer situação.

Qualidade de Vida na Melhoridade
Gal Rosa
Terapeuta Ocupacional em geriatria e gerontologia
Especializada em espiritualidade e autoconhecimento

25 agosto 2013

O ASSUNTO É... ALZHEIMER!






Todos nós provavelmente já ouvimos falar esse nome “bonito de feio”. Bonito porque tem a elegância forte do som alemão. Feio porque cada vez mais Alzheimer representa ser demente ou gagá, como diziam antigamente. Experimente fazer de conta que conversa com alguém chamado assim: “Ô Alzheimer, gostaria de uma xícara de café?”; “Alzheimer está para chegar dentro de alguns instantes...”; “Por gentileza, Alzheimer, entre e fique à vontade!” Credo! Não é estranho?

A história é mais ou menos assim: o psiquiatra alemão Alois Alzheimer, em 1906, conseguiu decifrar que algo físico impedia o bom desempenho da mente fazendo com que as pessoas perdessem a memória de um jeito muito esquisito. Ele encontrou umas proteínas acumuladas em forma de nós em algumas partes do cérebro de um indivíduo que provavelmente já estava morto. Ele compreendeu que com o tempo as partes afetadas atrofiavam e outras partes eram acometidas até que a pessoa ficasse como que “desconectada” do mundo físico. Claro que ele fez muitas outras observações!

A demência de Alzheimer surge geralmente em pessoas acima dos 60 anos e seu diagnóstico continua sendo concluído com segurança após a morte de seu portador, apesar de já existirem novas técnicas através de imagens. Pois pense bem: para o exame de detecção de uma doença com características de distrofia geralmente é necessário uma biópsia. Já pensou retirar neurônios de quem demonstra a perda dos mesmos? Isso não seria nada inteligente! Neurônios não se regeneram quando seu núcleo é atingido. E por isso devemos fazer de tudo para preservá-los, colaborando com a natureza que já nos deu um caixa forte: o crânio! Sendo assim, o exame para melhor detectar a demência tipo Alzheimer é uma necropsia!

Puxa! Então quando uma pessoa recebe em vida um diagnóstico de demência tipo Alzheimer pode ser que ela nem tenha Alzheimer? E então pode ser que todos próximos desta pessoa sofram por algo que “pode ser que não seja”, antecipando situações indesejadas? Principalmente afetando o relacionamento afetivo com a pessoa com diagnóstico suspeito?

É isso mesmo! Uma influência “de não sei de onde” fez com que coletivamente desenvolvêssemos um grande pavor deste nome. Coitado do Sr Alois! E já vi casos que o familiar ficou tão afixionado com a palavra Alzheimer utilizada no provável diagnóstico do médico que imediatamente começou a tratar a mãe como se já estivesse “desconectada” do mundo. Esta senhora tinha na verdade uma demência específica na área da fala, o que fazia com que as pessoas ficassem aflitas por compreendê-la. Num belo dia, tal senhora me disse “você é a única que me compreende... meus filhos tratam de mim como se eu já não estivesse mais presente e fico muito triste com as coisas que ouço...”. Na verdade ela precisava apenas de tempo e paciência para dar conta de completar suas frases.

Interessante observar que a doença se comporta de forma específica de pessoa pra pessoa, geralmente acima dos 60 anos. Mas podemos dizer que existem sintomas comuns, que descritos em até 4 fases:

- fase inicial: o desempenho mental assemelha-se a um estresse ou cansaço mental muito parecidos com sinais costumeiros, comuns ao processo do envelhecimento.

- 2ª fase: lapsos de “memória recente” nítidos e os pensamentos apresentam alguma desordem, troca letras ou palavras. Nesta fase a pessoa consegue perceber que “algo está errado” e pode se sentir muito envergonhada. Talvez a pessoa não consiga mais sair sozinha.

- 3ª fase: a memória funciona de forma desorganizada, a fala se mantém conectada ao passado com frequência, memória recente quase inexistente, mudanças de humor, a pessoa necessita ajuda para atividades de autocuidado (banho, vestuário, alimentação). Há muita dificuldade para escrever até mesmo o seu nome.

- 4ª fase: em muitos casos há perda total da fala ou fala empobrecida. A pessoa está totalmente dependende de cuidados. As habilidades motoras começam a ser afetadas.

A evolução das 4 fases da doença ocorrem em média em 8 anos para pessoas que não se tratam. A expressão da mesma pode alterar de um indivíduo a outro pois nunca se sabe qual parte vai ser presenteada com aqueles “nós”.

O importante é que mesmo não podendo ser curada, é uma doença que pode ser tratada objetivando melhor qualidade de vida e redução da velocidade de degeneração dos neurônios. A família também recebe bastante apoio dos tratamentos, que inclui: médicos, terapeutas ocupacionais, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, nutricionistas, psicólogos e enfermagem domiciliar geralmente nas fases mais avançadas. Uma boa casa de cuidados ajuda muito, tanto pra moradia, quanto para passar o dia.

Atualmente percebemos que a doença de Alzheimer assume uma origem multifatorial, ou seja, diversos fatores podem estar envolvidos sem sabermos quais são os certos. Mas é certo que... todos nós podemos desenvolver esta demência.  A genética e a cultura influenciam muito, mas conhecemos casos de pessoas intelectuais com Alzheimer, negros, brancos, ricos e pobres, felizes e tristes... O que podemos fazer para prevenir esta demência?

Bem, como ainda não sabemos a origem certa, não tem como prevenir de forma eficaz, mas tem como seguirmos um ritmo de vida saudável o melhor possível garantindo nosso engajamento no mundo através da forma como cuidamos do corpo físico, de nossas habilidades, nossos relacionamentos, nossos interesses por novidades e principalmente senso de compreensão dos limites humanos e ao mesmo tempo satisfação por cada instante vivido.

Mas você sabia que existem mais de 200 tipos de demência? Sim! E que podem ocorrer em quaisquer idades? Demência não é coisa de velho apesar da fácil associação que fazemos com esta fase da vida pela imagem fácil do desgaste que uma demência nos oferece. Pois ao desgaste... atribuímos algo que está velho!

Podemos olhar para a palavra demência através do conceito de “sem mente” por haver perda de massa cinzenta, a massa que é formada pelos corpinhos dos neurônios. Particularmente acho que deveria ser “decerebrência” ou  “decerebrado” por acreditar que é impossível destruir a mente, mas o cérebro, sim! Ele é corpo físico e..  é ele, o bonitão formado por neurônios, diferente da mente que é formada por ideias. 

Concordo que para haver ideias é preciso jogar informação na mente vinda através das conexões dos neurônios. Mas acabam sendo todas palavras muito feias, de qualquer jeito, não é mesmo? Acho que é por isso que preferiram chamar tudo de Alzheimer. É chique!

No texto da próxima semana podemos conversar sobre como diferenciar uma mente cansada de uma demência, ou até mesmo uma demência de outra pra não ficar chamando tudo que é esquecimento de Alzheimer. O que acham?



TO Gal Rosa


19 junho 2013

“Poema para os Mais Jovens”

 

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O tempo passou

e as coisas mudaram,

Minha força já se foi,

meus cabelos branquiaram.


Já não tenho agilidade,

trabalhar não posso mais.

Mas, me sinto importante,

não me considero incapaz.


Preciso que tenham paciência,

mas não que tenham dó de mim.

Não sou forte como antes,

mas gosto da vida mesmo assim.


Pare e pense então:

se seus anos prolongarem

assim com os meus prolongaram,

faça o bem a um idoso

e irá  colher o que plantou.

POEMA DEDICADO À SEMANA DE COMBATE À VIOLÊNCIA CONTRA O IDOSO

CRIADO POR KATLHEEN – aluna da Creche Abrigo Jesus – Belo Horizonte MG

parabéns à todos os alunos que com criatividade e visão positiva demontraram também os cuidados que devemso ter com os idosos. Todos os desenhos foram distribuídos para os idosos que compareceram na abertura oficial da campanha no estado de Minas Gerais, em prsena de autoridades. A iniciativa foi muito elogiada como sendo a primeira vez que se via o tema sendo trabalhado no ensino fundamental.

 

incentivo: AQUAVIME – associação qualidade de vida para melhoridade

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