"A vida acontece sempre no presente"

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19 fevereiro 2014

TODO FILHO É PAI DA MORTE DE SEU PAI







" Há uma quebra na história familiar onde as idades se acumulam e se sobrepõem e a ordem natural não tem sentido: é quando o filho se torna pai de seu pai.

É quando o pai envelhece e começa a trotear como se estivesse dentro de uma névoa. Lento, devagar, impreciso.

É quando aquele pai que segurava com força nossa mão já não tem como se levantar sozinho. É quando aquele pai, outrora firme e instransponível, enfraquece de vez e demora o dobro da respiração para sair de seu lugar.

É quando aquele pai, que antigamente mandava e ordenava, hoje só suspira, só geme, só procura onde é a porta e onde é a janela - tudo é corredor, tudo é longe.

É quando aquele pai, antes disposto e trabalhador, fracassa ao tirar sua própria roupa e não lembrará de seus remédios.

E nós, como filhos, não faremos outra coisa senão trocar de papel e aceitar que somos responsáveis por aquela vida. Aquela vida que nos gerou depende de nossa vida para morrer em paz.

Todo filho é pai da morte de seu pai.

Ou, quem sabe, a velhice do pai e da mãe seja curiosamente nossa última gravidez. Nosso último ensinamento. Fase para devolver os cuidados que nos foram confiados ao longo de décadas, de retribuir o amor com a amizade da escolta.

E assim como mudamos a casa para atender nossos bebês, tapando tomadas e colocando cercadinhos, vamos alterar a rotina dos móveis para criar os nossos pais.

Uma das primeiras transformações acontece no banheiro.

Seremos pais de nossos pais na hora de pôr uma barra no box do chuveiro.

A barra é emblemática. A barra é simbólica. A barra é inaugurar um cotovelo das águas.

Porque o chuveiro, simples e refrescante, agora é um temporal para os pés idosos de nossos protetores. Não podemos abandoná-los em nenhum momento, inventaremos nossos braços nas paredes.

A casa de quem cuida dos pais tem braços dos filhos pelas paredes. Nossos braços estarão espalhados, sob a forma de corrimões.

Pois envelhecer é andar de mãos dadas com os objetos, envelhecer é subir escada mesmo sem degraus.

Seremos estranhos em nossa residência. Observaremos cada detalhe com pavor e desconhecimento, com dúvida e preocupação. Seremos arquitetos, decoradores, engenheiros frustrados. Como não previmos que os pais adoecem e precisariam da gente?

Nos arrependeremos dos sofás, das estátuas e do acesso caracol, nos arrependeremos de cada obstáculo e tapete.

E feliz do filho que é pai de seu pai antes da morte, e triste do filho que aparece somente no enterro e não se despede um pouco por dia.

Meu amigo José Klein acompanhou o pai até seus derradeiros minutos.

No hospital, a enfermeira fazia a manobra da cama para a maca, buscando repor os lençóis, quando Zé gritou de sua cadeira:e

— Deixa que eu ajudo.

Reuniu suas forças e pegou pela primeira vez seu pai no colo.

Colocou o rosto de seu pai contra seu peito.

Ajeitou em seus ombros o pai consumido pelo câncer: pequeno, enrugado, frágil, tremendo.

Ficou segurando um bom tempo, um tempo equivalente à sua infância, um tempo equivalente à sua adolescência, um bom tempo, um tempo interminável.

Embalou o pai de um lado para o outro.

Aninhou o pai.

Acalmou o pai.

E apenas dizia, sussurrado:

— Estou aqui, estou aqui, pai!

O que um pai quer apenas ouvir no fim de sua vida é que seu filho está ali. "



(autor desconhecido - compartilhado por Elodia Roman)

13 fevereiro 2014

VEJA A PRODUÇÃO DA OFICINA DE MEMÓRIA (QUE LEGAL!)



Texto sem a letra A e sem a letra O

No fim do ano realizamos um exercício na oficina de memória: produção de textos sem a letra A e sem a letra O.

Foi um exercício desafiador, criativo, divertido e muito proveitoso para aspectos da memória como atenção, memória semântica, cultural e... da escrita! 

Compartilho com vocês as belezuras das meninas:

Um domingo excelente

Meu domingo foi incrível! Fiz tudo o que é preciso no sentido de ser feliz.
Pus-me de pé cedo e tomei meu desjejum. Vestimos uniforme de correr e demos rodeios pelo clube do Cruzeiro, onde somos sócios, meu cônjuge e eu.
Fomos comer num boteco onde tem deliciosos petiscos.
Logo depois, fomos ver um filme ótimo.
Demos um pequeno cochilo que nos recuperou dos serviços corriqueiros.
Depois vimos o que todos veem: TV com Sílvio.
Fechei o domingo em precioso estilo. Quer melhor?

Odília Braga

                                          

Animais livres

Numa manhã de ventania, as vaquinhas da Fazenda Agulhas mugiam, mugiam sem parar!
Seria, quem sabe, um vendaval, mas talvez uma plêiade de fadas que chegaram ali para amparar aqueles animais?
Eles nem teriam que estar lá, uma vez que deveriam estar livres em seu habitat natural.
                  
Conceição Santos
                                                                                              


Uma tarde alegre

Eu fui à feira e peguei: muitas laranjas, maçãs verdes, abacaxis e uvas. 
Paguei  e fui passear.
À distância, avistei meu au au em frente de casa e fiquei feliz. 
Entrei em casa e guardei as frutas na geladeira. Fui à janela para encarar a natureza linda vespertina.
Belas planícies, várias aves, animais em festa. Satisfeita , fechei a janela e entrei para um chá.
Minhas amigas apareceram imediatamente; levei lanches e sanduiches para cada uma. Assistir TV é o que se viu na casa. Mais tarde uma grande despedida entre as amigas.
                                                              
 Zaida

Meu querido sobrinho Luiz

Por que deixou de vir no nosso buteco ontem de noite? Você perdeu! Esteve ótimo.
Oferecemos docinhos, biscoitos,  sorvetes, sucos e sorteios de presentes e brindes. Seu vizinho rico, o Leôncio, veio com seu filho menor, que trouxe seu bichinho bonitinho, Lulu. Ficou feio, porque fez xixi nos enfeites que fizemos. Que horror! Fiquei triste e pedi: “nos perdoem por esse incidente”!               

                                                               
Beijos, Lelê.

Leda


Elas não são demais! Essas meninas de 60, 70, 80...

até mais
TO Gal

28 janeiro 2014

MUDANÇA DE HÁBITOS: 8 DICAS PARA UMA MEMÓRIA SAUDÁVEL E UMA VIDA FELIZ



Hábitos, padrões de comportamento, rotina, mesmice...ah! Que bom que é ano novo! Vida nova! É como se num passe de mágica tudo ficasse diferente, não é assim?
Não! Não é assim... basta todos os indícios de festa de fim de ano sumirem do mapa, todas as comidas consumidas e todas as permissões obrigatoriamente finalizadas pela missão diária que nos chama para cairmos na realidade das situações, problemas, contas, agenda, relacionamentos, etc.
E o negativo dessa história é que uma rotina maçante, vazia ou sobrecarregada tira o prazer de viver de qualquer um. É aí que a memória corre risco de ficar preguiçosa, enfastiada, lenta, fraca. Claro! Os neurônios enjoam de receberem sempre os mesmos estímulos de novo e de novo até que eles causam uma revolução e fazem greve!
Salvo umas visitas a mais que recebemos ou horas a mais com os netos durante as férias, como podemos fazer para dizer que a rotina está um pouco diferente?
Pelo que tenho observado há muito tempo (e vivenciado também...), continuamos fazendo as mesmas coisas da mesma maneira, mesmo quando o ano fica novo de novo. Vocês podem estar se perguntando: “ela também vive isso?” Vivo sim, mas atenta para não cair nas armadilhas do tédio! E nos últimos anos tenho aprendido alguns truques para lidar com a rotina de forma criativa e motivadora.
Viramos a página dos dias mas não viramos a página do “modo como agimos e pensamos”. Relembrando Einstein: “como ser diferente sem pensar diferente?
Então, compartilho 8 dicas para uma memória saudável e uma vida mais feliz:
PENSE DIFERENTE – pensamento é semente para a ação. De acordo com as sementes são os frutos! Adiantar querer fazer algo diferente pensando do mesmo jeito de antes? Reavalie seu modo de pensar!
FIXE UMA META – metas oferecem propósito para as ações. De acordo com a meta serão suas atividades. Para isso tenha uma meta clara, possível de se alcançar e que tem haver com você. Em seguida faça um contrato pessoal e mantenha a determinação. Visualize o caminho que possivelmente deverá seguir até alcançar seus objetivos. O nome disso é PLANEJAMENTO.
FAÇA UM PLANEJAMENTO – quando a meta é pautada com seriedade, um planejamento deve ser feito afim de visualizarmos os recursos necessários, os desafios, as possibilidades e até mesmo os imprevistos. Estas ferramentas que fazem parte do planejamento são seus aliados para alcançar sua meta. Não viva de forma aleatória. Planeje!
ENCONTRE UM SENTIDO – somos seres conscientes e portanto é de extrema importância deixar a consciência participar de tudo o que se faz. Viver sem saber por que e pra quê não nos motiva. Faça um empenho e exercite sua consciência compreendendo a razão de suas ações e encontrado, sempre que possível, utilidade nelas.
PASSADO É PASSADO – há frase simples e mais verdadeira do que essa? Agarrar-se em algo que já passou só porque não conhece outra coisa é o maior atraso de vida! Solte sua história para ter liberdade de escrever um final feliz pra você.
GOSTE DE NOVIDADES – ou seja, desenvolva um pouco mais sua curiosidade revelando o prazer por descobrir coisas diferentes. Experimente o fresco que as novidades podem lhe trazer e se aventure fazendo sua energia circular enquanto descobre suas habilidades, lidando com coisas que jamais pensou experimentar.
MANTENHA O OTIMISMO – isso gera soluções nos momentos de crise e pode até mesmo salvar vidas!
TENHA UM CARDÁPIO FLEXÍVEL E VARIADO DE ATIVIDADES – crie uma espécie de agenda semanal e mantenha a rotina desta agenda, sempre com espaço para substituir atividades que sobrecarregam ou incluir novas coisas. Ou seja, tenha uma agenda rica em atividades mas flexível às suas condições!
Em nossa próxima leitura poderemos refletir sobre COMO CRIAR UMA AGENDA SAUDÁVEL NA TERCEIRA IDADE, o que acham?

até a próxima!

Gal Rosa
terapeuta ocupacional em gerontogeriatria há 12 anos